Diariamente o contato em sala de
aula, remete o educador ao convívio com inúmeras realidades e conflitos
relativo ao processo de aprendizagem. Educar consiste em olhar com carinho para
cada vida que nos é confiada a cada início do ano letivo, uma vez que a sala de
aula analisada por diversas dimensões, nos
propicia perceber que a cada maneira de olhar vemos os desafios e
atitudes a serem desencadeados em prol do sucesso pedagógico.
Entender que o “fazer pedagógico” não depende
do currículo a ser trabalho, mas da valorização do saber empírico que cada
criança traz consigo para a escola, de modo que a metodologia adotada pelo
educador é que norteará o caminho a ser percorrido em virtude dos resultados
esperados a serem atingidos. Na verdade a porção reveladora para o fazer
pedagógico alia-se a constantes experiências desenvolvidas em sala de aula, a
qual revela-se como um laboratório de novas metodologias e condutas a serem construídas
em consonância com o conhecimento teórico, como afirma Arroyo: “A escola
possível, sem dúvida, depende de seus profissionais; sem a sua competência,
crédito e trabalho, nada será possível.” (ARROYO,1991,p.47).
Para o professor saber o que vai ensinar, ele
norteia-se na proposta curricular a qual
é arraigada em seu interior, deste sua formação inicial no sistema de ensino,
porém reconhecer sua identidade como educador sugere conhecimento de teorias
didáticas e análise textuais de diversos pesquisadores da área de educação para
que possa formar sua identidade e definir sua linha de atuação.
O confronto com o que “fazer” e
“como fazer” é que estimula e aguça a busca da compreensão do campo do
aprender, lidar com situações novas e desafios estimulando o educador com
predisposição á inovação, ou por outro lado, poderá acarretar descontentamento
e uma sensação de impotência mediante situações cotidianas em sala de aula. Com
isso, conhecer suas habilidades e suas áreas de interesse com o intuito de se
identificar como profissional e revelar sua competência. Este fato por mais sutil que pareça ser, às
vezes, passa despercebido no decorrer da vida ativa do profissional e acumulam
situações de intensas frustrações. E neste momento o aluno recebe toda a carga
por parte do educador que a descarrega involuntariamente, no decorrer do ano
letivo, além das fragilidades em relação aos paradigmas que envolvem a formação
do educador para sala de aula.
Quando me refiro a Identidade
Profissional (IDP) é simplesmente por observar no decorrer da minha vida
profissional este quadro que ataca como um vírus os docentes e que disfarçado
na negação da profissão aniquila e desestimula o profissional da educação. Não
obstante desta problemática, outros fatores que atingem o contexto em questão:
i) A não valorização do profissional como classe que modifica o pensamento e
constrói vínculos com a cidadania; ii) As difíceis condições de trabalho em
relação aos recursos humanos e pedagógicos; iii) E consequentemente, a precariedade
da aplicação das políticas públicas na educação e os problemas estruturais. Não
saliento a inexistência das políticas, mas a forma como cada governo realiza
sua leitura e sua vulnerabilidade reforçada a cada governo.
Mediante tais pressupostos é que o educador
precisa definir-se como parte essencial do processo de mudança e construir sua
identidade profissional, para que seja esta a ponte entre a sociedade e a
escola como instituição modificadora, mesmo defronte aos obstáculos e problemas
a serem enfrentados no cotidiano escolar, reagindo como instrumento de
transformação social. É neste contexto que se encontra boa parte do perfil dos
concluintes dos cursos de licenciatura ao perceber que terá que construir
conhecimento e formar opinião a cerca de como ensinar?
A
aplicabilidade dos conceitos aprendidos viabilizam à mediação a cerca do que
vou ensinar e como ensinar. O hábito de leituras voltadas a práxis facilitam
nossa compreensão e nos abre leques para
criação de atitudes e práticas condizentes ao fazer pedagógico. Nesta dinâmica
o processo de ensino aprendizagem necessita de uma mediação voltada ao campo de
interesse de quem ensina concomitantemente com quem aprende, tornando a
aprendizagem significativa, porém, agir intervindo na construção de novos
conceitos a cerca do cotidiano estudado nas escolas.
Em se tratando da prática inclusiva é que a
situação obscurece. Formar uma identidade profissional já parece ser uma
mudança de grande repercussão profissional, estabelecer um novo parâmetro é
então um tanto tenebroso. Parece até radical a relação com o termo “tenebroso”,
mas a maneira com que o educador se vê diante de um educando extremamente
comprometido seja: sistema neural, motor ou psíquico na sala de aula com mais
algumas crianças com padrões ditos “normais” este se pergunta: O que fazer?
Como proceder com este ou aquele? O que posso ensinar a este? Enfim surgem
inúmeras indagações que podem pesar para direções opostas, compreendidas entre
a realização ou a sensação de impotência profissional. Além, é claro das
leituras, estudos e formações é necessário que o educador conheça suas
potencialidades diante dos fatos, mergulhe na sensibilidade e não no sentimento
de “pena”, busque estudo efetivo dos teóricos conhecendo o que pensam e quais
resultados obtiveram em suas pesquisas no decorrer da evolução do processo de
ensinar.
A
transformação do pensamento inclusivo deve nascer no sentido da percepção que envolve o ato de incluir , como
incluir e quando incluir? Partindo do princípio de que não há uma receita
pronta ou modo de preparo para este fato e que o educador vaga entre o que
fazer e como fazer. Porém, nesta incessante busca percebe-se que na dinâmica
social em que nos encontramos hoje o caminho para vitórias se baseia na
dedicação, estudo, compreensão e aceitação de que há diferentes inteligências,
como afirma Gardner e infinitas coordenadas que convergem para um mesmo ponto:
a escola / sociedade.
Repensando o contexto da “Educação” o debate a cerca das
temáticas que geram reflexões sobre a IDP expõem nosso potencial como educador.
Então, definir a IDP envolve o amadurecimento da vida profissional e uma ampla
compreensão do papel do educador, seguindo uma análise profunda das questões
que envolvem o educando e o (re) conhecimento da sua realidade e suas
contribuições culturais e intelectuais na formação cidadão.
Patricia Monteiro/Especialista em Educação Inclusiva
Quando você me comentou se eu tinha lido esse texto, eu ainda não o tinha feito, tem muito haver com o tema da minha monografia mesmo, formar a identidade profissional docente é importante, digo fundamental para mudar a dita realidade do mundo.
ResponderExcluirMuito bom Patrícia XD
Então, caso queira sugestões vamos trocando ideias neste espaço .
ResponderExcluirEu acredito na Formação da IDP para o profissional em qualquer área que atue, porque assim, atinge seus objetivos e satisfação pessoal ao exercer sua profissão, afinal , esta é sempre uma ESCOLHA.
Estou feliz com sua leitura e divulgue este pensamento para seus colegas valerá a pena!
Bjos.